OprD e resistência aos carbapenêmicos em cepas de Pseudomonas aeruginosa não produtoras de carbapenemases
Keila de Cássia Ferreira de Almeida Silva1,
Geraldo Renato de Paula1, Lenise Arneiro Teixeira1
1PPG-CAPS, Faculdade de Farmácia, UFF, Niterói, RJ, Brasil
Carbapenêmicos são a primeira
linha de escolha para o tratamento de infecções por Pseudomonas aeruginosa
multirrestentes. A proteína OprD regula a entrada desses antibióticos na célula
bacteriana e é o principal determinante de resistência aos carbapenêmicos em cepas
não produtoras de carbapenemases. Este estudo teve como objetivo determinar a
concentração mínima inibitória (CMI) para imipenem e meropenem e investigar mutações
no gene oprD em sete cepas de P. aeruginosa pertencentes a dois
tipos clonais (ST2236 e ST2237), coletadas de pacientes e ambiente em um Centro
de Queimaduras. CMI para imipenem e meropenem foi obtida utilizando fitas
M.I.C. EvaluatorTM, segundo instruções do fabricante. Mutações em oprD
foram detectadas através de PCR, seguido de sequenciamento. A análise das
seqüências foi realizada pelo software Lasergene e ESPript3.0, e comparada com
cepa referência PAO1. CMI variaram entre 16 a ≥ 32 μg/mL para meropenem e imipenem em 5 de 6
cepas resistentes. Mutações detectadas em oprD foram semelhantes entre
cepas do mesmo ST. Todas as cepas do ST2236,
inclusive uma cepa suscetível, apresentaram várias mutações idênticas por
substituição de bases. No entanto, apenas as cepas resistentes exibiram uma
mutação pontual gerando um stop codon. Todavia, todas as cepas
resistentes do ST2237 apresentaram mutações do tipo frameshift. A
deleção de dois nucleotídeos comum a todas as cepas deste ST, infere perda de
OprD. Esses resultados sugerem que a resistência aos carbapenêmicos nas cepas
estudadas pode ser atribuída à proteína OprD, sendo distinta entre os ST, uma
vez que as mutações encontradas no ST2236 sugerem uma proteína não funcional e
as do ST2237 sugerem perda proteica.
Palavras-chave: Pseudomonas aeruginosa. Multirresistência. Carbapenêmicos.