Interações medicamentosas em pacientes internados em hospital de alta complexidades em Campos dos Goytacazes, RJ
Carlos Eduardo Faria Ferreira1 e Selma Rodrigues de Castilho1
1PPG-CAPS, Faculdade de Farmácia, UFF, Niterói, RJ, Brasil
As interações medicamentosas
(IM) são observadas quando os efeitos de um fármaco se modificam devido à
presença de outros fármacos, alimentos, bebidas, agentes químicos, físicos ou
ambientais. A identificação e monitoramento das IM é objetivo das ações
voltadas para a segurança do paciente, como a Conciliação Medicamentosa (CM). Os
objetivos principais desse estudo foram identificar
e classificar as potenciais IM nas prescrições de pacientes internados
em um Hospital de Alta Complexidade durante CM. Como metodologia foi utilizado
o estudo descritivo transversal realizado entre os meses de Fevereiro de 2017 a
Março de 2018. Um total de 2212 pacientes foram acompanhados, tendo sido
observadas interações em 549 pacientes (21,68%), principalmente na faixa etária
entre 41 a 65 anos e do sexo feminino (59,54%). Ao todo foram identificadas
1493 potenciais IM (média de 0,59 IM por paciente internado). Entre os pacientes com alguma IM potencial, 34,22%
(18) apresentaram ao menos uma IM, 27,50% (151) duas, 19,86% (109) três, 10,17%
(56) quatro e 8,25% (45) pessoas apresentaram 5 ou mais IM. A ocorrência da IM
foi confirmada em 377 pacientes, totalizando 858 IM (0,39 IM por paciente
internado). Entre os pacientes com ocorrência da IM confirmada, 44,36% (167)
apresentaram ao menos uma IM, 23,22% (88) duas, 16,81% (64) três, 8,31% (31)
quatro e 7,27% (27) apresentaram 5 ou mais IM. A IM Grave mais comum foi entre
Clopidogrel e AAS, aumentando o
risco de hemorragias, necessitando ser monitorizada. Através da análise desses
resultados, concluímos que o processo de CM mostrou-se uma
ferramenta importante para a identificação das IM, contribuindo com as ações
voltadas para a segurança do paciente.
Palavras-chave: Interações medicamentosas. Conciliação. Medicamentosa. Farmacoterapia.