Estabilidade oxidativa e composição de diterpenos do óleo de café verde prensado a frio oxidado a temperaturas elevadas
Jéssika R. Morgado1,2*, Rodrigo M. V. da Silva3, Claudia M. de Rezende3, Thais M. Uekane4, Vanessa N. Castelo Branco1,2
1PPG-CAPS, Faculdade de Farmácia, UFF, Niterói, RJ, Brasil
2Laboratório de Biotecnologia de Alimentos, Faculdade de Farmácia, UFF, Niterói, RJ, Brasil
3Laboratório de Análise de Aromas, Instituto de Química, UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
4Laboratório de Bromatologia, Faculdade de Farmácia, UFF, Niterói, RJ, Brasil
*Autor Correspondente: Jéssika R Morgado (jessikarmorgado@gmail.com)
O
óleo de café verde é rico em ácidos graxos poli-insaturados, susceptíveis à
oxidação, além de compostos bioativos como os diterpenos. É utilizado na
indústria alimentícia e farmacêutica, entretanto, pouco se sabe do seu comportamento.
O objetivo foi investigar a estabilidade oxidativa e degradação de diterpenos
durante a oxidação do óleo de café verde prensado a frio em temperaturas
elevadas. Alíquotas foram oxidadas a 100, 130, 150 e 180°C e removidas em 3, 6
e 12 horas. Óleo não oxidado foi usado como controle. A estabilidade oxidativa
foi monitorada pelos valores de peróxido e p-anisidina. Cafestol e Caveol foram
determinados por HPLC-DAD de fase reversa com eluição isocrática (acetonitrila:água,
55:45 v/v) e detecção a 230 nm. Padrões comerciais foram utilizados para
identificação e quantificação de picos (mg/100 g) por calibração externa. O peróxido
aumentou linearmente com o tempo (r>0,91; p<0,05) para todas as
temperaturas, exceto a 180°C, que permaneceu constante entre 3-12 h,
provavelmente devido à maior instabilidade do hidroperóxido nesta temperatura.
A p-anisidina aumentou linearmente com o tempo apenas a 150°C (r>0,99; p<0,001),
atingindo aumento de 167% no último ponto. À 130 e 180°C, a p-anisidina
aumentou 21% e 91%, respectivamente. A perda de Caveol foi diretamente
proporcional ao aumento da temperatura, com 4,5%; 22,5% e 50,3% no ponto final
de 130, 150 e 180°C, respectivamente. Já a degradação do Cafestol foi
significativa apenas a 180°C (33%). Portanto, a estabilidade oxidativa do óleo
reduziu com o aumento da temperatura. Além disso, o Caveol foi mais estável que
o Cafestol.
Palavras-chave: Óleo de café verde. Oxidação. Diterpenos.