Avaliação fitoquímica de espécies da família Myrtaceae: Eugenia brasiliensis, Eugenia florida e Eugenia punicifolia por métodos cromatográficos
Glauce Christian Alves Duarte1, July Andrea Hernandez Muñoz2, Erika Martins de Carvalho2, Thelma de Barros Machado1, Wilson da Costa Santos1*
1PPG-CAPS, Faculdade de Farmácia, UFF, Niterói, RJ, Brasil
2Laboratório de Análise e Identificação de Compostos com Potencial Terapêutico (LAICPT-VDEPI), Instituto de Tecnologia de Fármacos, Farmanguinhos – Fiocruz, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
*Autor Correspondente: Wilson da Costa Santos (wsantos@id.uff.br)
A família Myrtaceae constitui uma das maiores e mais importantes famílias de angiospermas no Brasil, compreendendo 140 gêneros e 3500 espécies de árvores e arbustos. Dentre os gêneros da família Myrtaceae, destaca-se a Eugenia L. que apresenta 1115 espécies distribuídas nas regiões tropicais das Américas, sendo largamente empregada na medicina popular. A Eugenia brasiliensis (EB), a Eugenia florida (EF) e a Eugenia punicifolia (EP) apresentam em comum ácidos triterpênicos, como os ácidos betulínico (AB), ursólico (AU) e oleanólico (AO). Esta classe química é de grande e crescente interesse devido a bioatividade que compreende ação anti-inflamatória, analgésica, antipirética, hepatoprotetora, cicatrizante, hipoglicemiante, hipolipemiante, antitumoral e antirretroviral. O objetivo do trabalho foi identificar e quantificar os principais ácidos triterpênicos presentes nos extratos brutos de folhas destas espécies de Eugenia usada na medicina popular. Os extratos etanólicos brutos das folhas de EB, EF e EP foram submetidos a testes cromatográficos para identificação dos metabólitos secundários. Estes testes revelaram a presença de triterpenos, taninos, flavonoides, esteroides e saponinas. Os ácidos triterpênicos foram quantificados por HPLC-DAD utilizando coluna Supelcosil LC-18 DB 5 μm (250 mm x 4,6 mm), fase móvel acetonitrila e solução aquosa de ácido fosfórico (0,05%), e detecção 205nm. Os resultados mostraram uma composição variável dependendo da estação do ano, e da espécie estudada. Na E. florida o AB é ácido triterpênico majoritário (12-14%), na E. brasiliensis o AO (10-12%) e a E. punicifolia, (1,9-2,1%). O estudo mostrou a variação da concentração dos metabólitos secundários com as espécies e ressalta a importância da padronização dos extratos.
Palavras-chave: Eugenia. Ácidos triterpênicos. Testes cromatográficos.