I Conferência Eletrônica da Pós-Graduação da Faculdade de Farmácia – UFF

Avaliação das informações sobre o medicamento diclofenaco em duas redes sociais

Ana Amélia Rangel Ribeiro1,Thais Ribeiro Pinto Bravo2, Sabrina Calil Elias1,2

1PG-GAFAR, Faculdade de Farmácia, UFF, Niterói, RJ, Brasil

2PPG-CAPS, Faculdade de Farmácia, UFF, Niterói, Brasil

A internet possibilita buscar informações em diversos temas, como saúde e medicamentos, apresentando vasta diversidade e frequente divulgação de conteúdo, inclusive nas redes sociais. Tal cenário pode incentivar automedicação e uso indiscriminado de medicamentos, especialmente de fácil acesso, como anti-inflamatórios não esteroidais (AINE), empregados no tratamento da dor e inflamação. Segundo a Pesquisa Nacional de Acesso, Utilização e Promoção do Uso Racional de Medicamentos, os AINE estão dentre as classes mais utilizadas, sendo o diclofenaco (Cataflam®) o quinto medicamento mais consumido. São essenciais pesquisas para avaliar informações sobre medicamentos veiculadas na internet e sua possível influência no uso pela população, a fim de determinar a necessidade de controle desse conteúdo. O objetivo do estudo foi analisar informações sobre o medicamento diclofenaco em duas redes sociais. Realizou-se busca no Twitter e no Instagram, em mesma data e horário, utilizando os termos “diclofenaco” e “cataflam”. Para cada termo, foram analisados os 10 primeiros perfis e publicações no Twitter e as 10 primeiras publicações das 10 primeiras hashtags no Instagram, com aplicação de estatística descritiva. No Twitter, foram encontrados 42 perfis contendo nomes dos medicamentos, sendo 20 diclofenaco e 22 cataflam, dos quais os 10 primeiros possuíam 55 e 43 seguidores, respectivamente, sem nenhuma conta verificada entre eles. Para o diclofenaco 8 eram de língua portuguesa e 2 de espanhola, já para o cataflam, 4 eram em português, 2 em espanhol e 4 em inglês. Quanto às publicações de destaque, foram encontradas 10 para diclofenaco e 10 para cataflam, contendo respectivamente: 5 e 1 comentários; 19 e 1 re-twitter; 66 e 11 curtidas. Duas dessas publicações foram realizadas por profissionais de saúde e apenas 1 estava em espanhol. No Instagram, foram encontradas 46 hashtags mencionando diretamente diclofenaco e 37 cataflam, com total de 1904 e 1401 publicações, respectivamente, para as 10 primeiras hashtags de cada termo. Dentre as 10 primeiras publicações de cada hashtag com diclofenaco, 23 eram estrangeiras e 46 brasileiras. Destas, 15 foram realizadas por personalidades da internet (digital influencer), 32 por usuários não famosos, 5 por profissionais de saúde, 12 associadas a drogarias e 7 estimulando consumo de medicamentos. Foram obtidas 1850 curtidas nessas publicações, no período entre janeiro de 2013 a junho de 2019. Na busca com cataflam, 18 publicações eram estrangeiras e 28 brasileiras, das quais 17 publicadas por digital influencer, 7 por não famosos, 5 por profissionais de saúde, 5 associadas a drogarias e 9 contendo estímulo ao consumo de medicamentos. Contabilizou-se total de 18279 curtidas, desde novembro de 2012 até junho de 2019. Os dados apresentados indicam que as redes sociais têm papel importante na propagação de informações sobre medicamentos, geralmente sem apresentar confiabilidade e embasamento científico. Tal situação deve ser considerada crítica, sendo necessários esforços para seu controle, visando minimizar o uso irracional de medicamentos e possíveis danos associados.
Palavras-chave: Internet. Uso de medicamentos. Anti-inflamatórios não esteroides.

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